terça-feira, 24 de abril de 2012

Como fazer um carneiro hidráulico

Texto: Gustavo Laredo
Ilustrações: Francisco da Costa



O professor Geraldo Tiago Filho, da Universidade Federal de Itajubá, MG, sempre quis entender como funcionava o "golpe de aríete", fenômeno hidráulico que ocorre devido à interrupção abrupta do escoamento da água em um encanamento. O golpe, que resulta em aumento de pressão, pode ser comparado a uma freada brusca em um ônibus cheio, fazendo os passageiros se amontoar na parte da frente.
Para compreender o fenômeno, o professor construiu um carneiro hidráulico, que funciona com a energia gerada por essa pressão. O aparelho bombeia água sem usar energia elétrica ou combustível fóssil. Feito com garrafa PET e PVC, o modelo custa 90 reais.

O funcionamento é simples. Para iniciar sua operação, basta abrir a válvula do cano ligado à fonte de água da propriedade. A pressão força a abertura da válvula de retenção, permitindo a entrada de água na garrafa PET. O ar contido dentro dela é comprimido e a resistência à entrada da água vai aumentando até que a pressão no interior da garrafa suba e provoque o fechamento da válvula de retenção. Como a água fica impedida de retornar ao cano de alimentação, ela sai pelo cano que desemboca num reservatório.

Ensinamos a baixo a construir um carneiro hidráulico com tubo de captação de duas polegadas de diâmetro, suficiente para uma vazão de 1.320 a 2.700 litros por hora.
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Materiais
• 1 garrafa PET (A) de dois litros com tampa;
• 1 bucha de redução de uma polegada por 3/4 de polegada (B);
• 1 Tê de PVC branco (C), com rosca de uma polegada;
• 1 bucha de redução de PVC branco (D), com rosca de uma polegada por 3/4 de polegada;
• 1 adaptador para mangueira (E), de 3/4 de polegada;
• 1 niple de PVC branco (F), de uma polegada;
• 1 bucha de redução de PVC branco (G), com rosca de duas polegadas por uma polegada;
• 1 válvula de retenção vertical (H), de duas polegadas;
• 2 niples galvanizados (I e J), de duas polegadas ;
• 1 tê galvanizado (K), de duas polegadas;
• 1 válvula de poço ou de impulso (L);
• 1 parafuso 5/16 ou M8 com três porcas e uma arruela (M);
• 1 mola do acionador de válvula de descarga para vasos sanitários (N);
• 1 cano de aço de duas polegadas de diâmetro (O). O comprimento varia de acordo com a altura da queda d'água e do desnível ao qual a água será bombeada até o reservatório;
• 1 cano de aço de 3/4 de polegada de diâmetro (P). O comprimento deve ser dez vezes maior que o tamanho do tubo do item anterior;
• 10 centímetros quadrados de tela de sombreamento;
• arame;
• cola para PVC.
Como fazer
1) Faça um furo de 15 milímetros de diâmetro na tampa da garrafa (A). Fixe nela a bucha de redução de uma polegada por 3/4 de polegada (B), com a cola para PVC. Em seguida, rosqueie o tê de uma polegada (C) que, em uma de suas saídas, irá receber a bucha de PVC branco de uma polegada (D). Encaixe nesta peça o adaptador para mangueira (E) e o cano de aço de 3/4 de polegada (P), nesta ordem. Na outra ponta do tê coloque o niple de uma polegada (F). 2) Rosqueie o niple à bucha de redução de duas polegadas (G). Fixe nesta peça a válvula de retenção vertical (H) e um niple galvanizado de duas polegadas (I).
3) Encaixe no niple o tê galvanizado (K). Em uma de suas saídas, coloque o cano de aço de duas polegadas de diâmetro (O). Este tubo de alimentação deverá ser instalado 30 centímetros abaixo do nível da água para evitar a sucção de ar e com desnível mínimo de 1,5 metro para que a água seja conduzida até o carneiro. Para impedir que o cano entupa, coloque o pedaço de tela de sombreamento na entrada e amarre com arame.
4) Fixe na outra saída do tê o outro niple galvanizado (J) e a válvula de poço ou de impulso (L). Para que o tampão desta válvula impulsione a água, faça um furo na base do crivo (que acompanha a válvula) para encaixar o parafuso 5/16 ou M8 (M). Rosqueie uma das porcas até a posição intermediária do parafuso. Rosqueie o parafuso até que a porca encoste-se ao fundo do crivo. Entre duas porcas, prenda a arruela na ponta livre do parafuso. Ao recolocar o crivo na válvula, insira a mola (N) entre a arruela e o tampão da válvula.
5) Para calcular o comprimento do cano de aço que recebe a água da fonte (O), utilize esta fórmula.
Onde LQ é o comprimento do cano de alimentação, H é a altura que água percorre até o reservatório e h é a altura de queda da água da fonte até o carneiro. Supondo que o h seja de 2,5 metros e o H de 15 metros, tem-se:
6) Para calcular o tamanho do cano de aço que leva a água até o reservatório (P) basta multiplicar por dez o comprimento do tubo de alimentação LQ. Pegando o exemplo acima, o valor seria 168 metros.

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Informações: Centro Nacional Referência em Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos - Av. BPS, 1303. C.P. 50-Itajubá/MG, CEP 37500-000 Tel. (35) 3629-1157, www.cerpch.unifei.edu.br

Fonte: http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1510081-4528,00.html

Pra pensar ...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A caneta e a Enxada (Zico e Zeca)


"Certa vez uma caneta foi passear lá no sertão
Encontrou-se com uma enxada, fazendo uma plantação.
A enxada muito humilde, foi lhe fazer saudação,
Mas a caneta soberba não quis pegar na sua mão.
E ainda por desaforo lhe passou uma repreensão."

Disse a caneta pra enxada não vem perto de mim, não
Você está suja de terra, de terra suja do chão
Sabe com quem está falando, veja sua posição
E não se esqueça a distância da nossa separação.

Eu sou a caneta dourada que escreve nos tabelião
Eu escrevo pros governos a lei da constituição
Escrevi em papel de linho, pros ricaços e pros barão
Só ando na mão dos mestres, dos homens de posição.

A enxada respondeu: de fato eu vivo no chão,
Pra poder dar o que comer e vestir o seu patrão
Eu vim no mundo primeiro, quase no tempo de Adão
Se não fosse o meu sustento ninguém tinha instrução.

Vai-te caneta orgulhosa, vergonha da geração
A tua alta nobreza não passa de pretensão
Você diz que escreve tudo, tem uma coisa que não
É a palavra bonita que se chama educação!

CURIOSIDADE: A história do Alface

Alface

Na mitologia Grega, a história de amor entre a deusa Afrodite e o jovem Adonis teve um fim dramático quando esse último foi morto por um porco selvagem no jardim das alfaces no qual ele estava escondido.
Nessa mitologia, a alface foi assim simbolicamente relacionada a um aspecto de morte e ainda por cima, a um aspecto de impotência masculina (no coração da história de Adonis).
Entretanto, essas diversas conotações mitológicas não parecem ter tido muita influência sobre o povo Romano, pois desde a época do Imperador Domitien, do ano 81 ao ano 96, era costume das elites servir alface como entrada, antes do prato principal, com rabanetes e outros legumes crus. Essa prática ainda perdura em algumas regiões ou em certos países.
Na época Romana, a alface já era rica de todo um conteúdo cultural, medical, religioso e alimentício, é claro. Ela foi cultivada pelos antigos Egípcios e nós temos representações em certos túmulos que datam de quase 2700 anos antes de Cristo.
Uma das representações é visível no Museu Egípcio de Berlim: é uma alface com quase 90 cm de altura. Os Egípcios desenvolveram a cultura dessas alfaces que agora chamamos “Romanas”, pois os romanos adotaram o ‘savoir-faire’ dos Egípcios nesse tipo de alface. Segundo Pline e Columelle, os Romanos no início da era cristã cultivavam também alfaces de pomo e frisadas.
Os Romanos só consumiam as jovens alfaces cruas: eles cozinhavam as alfaces chegadas à maturidade ou então colocavam um molho com óleo e vinagre quente diretamente sobre as folhas. Eles exaltavam o gosto da alface com um tempero de rúcula. Parece que na França, por volta dos anos 1500, somente algumas variedades de alfaces eram conhecidas. Rabelais, o escritor, trouxe um certo número de variedades de Nápolis por volta de 1535.
As alfaces Romanas foram sem dúvida trazidas para a França pelos papas em Avignon. A primeira menção desse tipo de alface se encontra no Tratado de Agricultura de Crescenzi, agrônomo italiano do século 13.
Cultiva-se hoje em dia um grande número de variedades cuja determinação por tipo não é muito fácil.

Receita Caipira - Arroz Carreteiro


receita arroz carreteiro 150x150 photo 

Ingredientes:

½ kg de carne seca;
250 g de lingüiça de carne de porco defumada;
100 g de toucinho defumado cortado em cubinhos;
3 colheres (sopa) de óleo;
1 dente de alho amassado;
1 cebola picada;
2 xícaras de arroz;
2 cubinhos de caldo de carne.
 
Modo de Preparo:
Cortar a carne em vários pedaços e deixar, de véspera, de molho, em bastante água.
Escorrer e enxugar.
Picar em cubinhos.
Retirar a pele da lingüiça, cortando-a em rodelas finas.
Fritar o toucinho, refogar o alho e a cebola.
Acrescentar a carne e a lingüiça, e fritando mais um pouco.
Acrescentar o arroz e o caldo de carne, dissolvido em 4 xícaras de água fervente.
Cozinhar em fogo baixo, em panela tampada, por 20 minutos. 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Relação: Instrução Financeira e Sucesso Profissional

Atualmente, a sociedade em geral coloca nos estudos toda a expectativa de um futuro promissor. Desta forma é cada vez mais comum que os jovens de Orizona e demais cidades de interior migrem para as capitais para prosseguir seus estudos. No entanto, ao concluir o terceiro grau, muitos retornam as suas origens para iniciar a vida profissional, e parte destes encontram-se em dificuldades para conseguir colocação no mercado de trabalho ou obter sucesso nos seus empreendimentos profissionais.
Grande parte deste problema está associado a falta de instrução financeira das pessoas, parece contraditório, mas apesar da economia dominar o planeta, no Brasil, a Educação Financeira ainda não faz parte da grade curricular de todas as escolas.
Muitos fracassos sejam de profissionais especializados ou autônomos poderiam ser evitados se desde crianças as pessoas aprendessem a lidar com o dinheiro quanto ao gasto, economia e aplicação. Para se ter uma ideia da problemática, muitos empresários decretam falência por não conseguirem fazer o controle financeiro de suas empresas e os assalariados em geral trabalham todo o mês ansiosos pelo recebimento por que não conseguem equilibrar o salário recebido às despesas.
Em Orizona, com uma economia caracterizada pela prática da Agropecuária, muitos profissionais não conseguem sucesso na atividade justamente por não terem noção de como administrar suas atividades econômicas. È comum que agricultores com potencial para desenvolverem grandes empreendimentos em suas propriedades abandonem suas atividades por não conseguir lucratividade e outra grande maioria se endividam desmedidamente para manter seus negócios.
Orizona, sobretudo, no meio rural tem potencial produtivo muito superior ao explorado. Apesar dos empresários rurais contribuírem consideravelmente com a economia do município, muito ainda precisa ser feito para que as famílias rurais vejam novas possibilidades produtivas em seu meio e para que tratem a propriedade rural como uma empresa que precisa ser administrada, cuidada e, sobretudo, precisa dar lucro para garantir qualidade de vida e autonomia financeira para seus gestores e suas famílias. Por outro lado, no meio urbano há escassez de mão de obra em atividades como: eletricidade, carpintaria dentre outros, e  há a necessidade de especializar e qualificar a prestação de serviços.
Neste sentido a EFAORI busca preparar jovens com capacidade gerencial para administrar suas propriedades, o que tem feito com que muitos jovens ao concluir o Curso Técnico em Agropecuária de Nível Médio tenham na propriedade seu projeto de vida e através deste alcancem estabilidade financeira, no entanto, a falta de uma instrução financeira primária ainda é um dos empecilhos para que os jovens enxerguem no seu meio um potencial produtivo e financeiro. Por outro lado, está enraizada nestes jovens a cultura que a única forma de serem profissionais de sucesso é através do seu ingresso na faculdade.
Cada vez mais é defendida a premissa que as escolas precisam preparar as pessoas para a vida, mas será mesmo que é possível formar cidadãos conscientes e preparados para as diversidades do ambiente competitivo do atual mercado sem uma efetiva instrução financeira? Cabe refletir se a formação superior sem uma devida instrução financeira realmente é garantia de autonomia financeira.


Gisele Sousa, Administradora, Funcionária da EFAORI
  

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A escola rural deve formar "solucionadores de problemas" - Por Polan Lack

"Estamos acostumados a pensar no capital como o fator de produção escasso e na sua transferência como o instrumento fundamental de crescimento.O conhecimento é agora tão, se não mais, importante fator no desenvolvimento e esta situação tende a intensificar-se. No próximo século,a aplicação e acumulação do conhecimento dirigirão os procesos de desenvolvimento e criarão oportunidades sem precedentes para o crescimento e a redução da pobreza. Mas existem riscos significativos de incrementar as desigualdades entre e dentro das nações"-James D. Wolfensohn, Presidente do Banco Mundial,17 de março de 1997.
Até o presidente do Banco Mundial,instituição cuja principal função é exatamente outorgar créditos para o desenvolvimento,reconhece que o conhecimento é mais importante que o capital.En alguns setores do mundo rural latinoamericano,entretanto, estamos perdendo tempo e oportunidades, ao continuar:
. superestimando a importância do crédito e coincidentemente de todos os outros fatores externos que os agricultores não podem controlar,tais como as políticas,as leis,a falta de subsídios e proteção interna, o excesso de subvenções e barreiras externas,o valor do dolar,o preço do pedágio, etc e
. subestimando a importância estratégica de proporcionar aos produtores rurais o insumo que mais necessitam; ou seja, o conhecimento porque este sim lhes permitiria praticar uma agricultura muito mais eficiente; e graças a esta solução realista, tornar-se muito menos dependentes e vulneráveis a aqueles fatores externos que,por mais desejáveis que sejam, infelizmente estão fora do seu alcance e manejo.
Magnificar estas variáveis que os agricultores não podem controlar é uma atitude paralizante porque contribue a continuar lamentando os problemas em vez de fazer o que deve ser feito,ou seja solucioná-los. Estas ajudas externas sao tão improváveis que agora só nos resta a alternativa de proporcionar às familias rurais as "ferramentas do saber"e dizer-lhes com realismo e honestidade,que elas mesmas terão que resolver os seus próprios problemas.

Vale a pena conferir


ORGANIZADOR DA BIBLIOTECA: ELIAS CANUTO BRANDÃO

Pra pensar ...

Sinovaldo

terça-feira, 10 de abril de 2012

Aconteceu



No dia 28 de março de 2012  um evento para soltura de alevinos, promovido pelo Laticínio JL, no Ribeirão Santa Bárbara e alguns de seus afluentes. A EFAORI e a Escola Francelino Nunes de Paula participaram efetivamente da nobre ação.