quinta-feira, 24 de março de 2011

Chuvas em abundância causam prejuízos aos produtores goianos

As chuvas continuam a castigar as regiões produtoras de soja em Goiás. De acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Ministério de Ciências e Tecnologias, de 1º a 21 de março já choveu 30% a mais que o esperado para todo o mês. Diante deste cenário, as perdas já começam a ocorrer nas principais regiões produtoras do Estado.

Além das perdas quantitativas, referentes à germinação do grão na planta e apodrecimento do mesmo o campo de produção, o que é colhido vem registrando uma alta concentração de grãos sem valor comercial. Conforme o último levantamento realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em torno de 10% do esperado para safra 2010/2011foi perdido. “Isso significa uma perda de 814 mil toneladas, das 7,8 milhões de toneladas que estava previsto colher no Estado”, acrescenta o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner.

Schreiner explica também que este recuo na safra pode acarretar em uma redução de R$ 542 milhões no valor bruto da produção do Estado, o que é sentido diretamente na economia de alguns municípios, que tem sua economia baseada no agronegócio. “Somente no ICMS, Goiás deixa de arrecadar R$ 50 milhões”, diz.

Logística

Os produtores têm sofrido com a falta de caminhões para escoar sua safra. Além disso, o valor pago pelo produtor pelo transporte obteve reajuste médio de 30% se comparado a fevereiro, devido, principalmente, às más condições das estradas.

Ao enfrentar este cenário, o produtor ainda deve se preocupar com as filas para descarregar a produção nos armazéns. Há relatos de esperas de até 36 horas. “Se tal situação continuar, as perdas tendem a se agravar, já que apenas 55% da safra já foi colhida e o restante, 45%, ainda se encontra no campo”, ressalta José Mário Schreiner.

Recomendações

A Faeg recomenda aos produtores rurais que sofreram perdas acentuadas e que por este motivo podem não cumprir os compromissos devem documentar as perdas por meio de laudos técnicos feitos por um engenheiro agrônomo registrado.

Neste documento deve constar detalhes da produção, índice pluviométrico na região, fotos e perda física do grão. É importante também que o profissional ateste a qualidade do grão produzido na propriedade. (Alessandra Goiaz – Gerência de Comunicação Integrada do Sistema Faeg/Senar - Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

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